Nem tão exata, nem tão perfeita e muito simples. Assim é a matemática para 200 estudantes selecionados como os melhores do Programa de Iniciação Científica (PIC) das Olimpíadas Brasileiras de Matemática de Escolas Públicas (OBMEP) e que participam de um encontro nacional em Florianópolis até esta quinta-feira. Nesse universo de mentes onde os números parecem flutuar enquanto as sinapses servem de combustível durante a palestra "Os problemas que desafiam a nossa intuição", realizada nesta segunda, nove adolescentes representam Santa Catarina.
Claro que os sonhos podem mudar e provavelmente irão. As contas da vida levarão a diferentes resultados, mas para esses alunos a certeza é que vivem uma equação de realização, paixão, diversão e descobertas.
— Através do PIC, conheci muita gente, viajei quatro vezes para longe da minha cidade e aprendi a desenvolver mais o raciocínio do que recorrer sempre a fórmulas — conta Bruna Fernanda Fistarol, de Taió, Alto Vale do Itajaí, que carrega no peito um pingente dourado escrito "I love Mat."
Muito mais que cálculos, soluções, respostas e calculadoras, os estudantes e professores sabem que o objetivo principal é o debate. Diego Lieban, matemático e primeiro palestrante do evento, explica que o encontro ajuda a mostrar a ciência como um meio para alcançar algo.
— Aqui a gente potencializa o raciocínio criativo dos alunos. O importante não são as respostas, mas as discussões sobre as possibilidades. A ideia é incentivar para que cada um busque suas próprias estratégias, junte suas peças, e monte seu quebra-cabeça de uma forma diferente — resume Lieban.
Muito mais que cálculos, soluções, respostas e calculadoras, os estudantes e professores sabem que o objetivo principal é o debate. Diego Lieban, matemático e primeiro palestrante do evento, explica que o encontro ajuda a mostrar a ciência como um meio para alcançar algo.
— Aqui a gente potencializa o raciocínio criativo dos alunos. O importante não são as respostas, mas as discussões sobre as possibilidades. A ideia é incentivar para que cada um busque suas próprias estratégias, junte suas peças, e monte seu quebra-cabeça de uma forma diferente — resume Lieban.
Após a primeira aula do 5º Encontro do Hotel de Hilbert — nome dado ao evento em homenagem a David Hilbert, um dos maiores matemáticos do século XX — os estudantes se apresentam tímidos para a conversa, mas assim como raciocinam rápido, também se soltam e se divertem ao verbalizar a matemática.
— A matemática está em todos os lugares e é muito simples. Ao entender melhor, descobrimos como ela pode estar presente desde o corte de uma planta até a definição de rotas áreas para aviões. É uma questão de raciocínio — conta entusiasmada Katarine Emanuela Klitzk, 14 anos, moradora de Timbó, no Vale do Itajaí.
Ela sonha em estudar no Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA), um dos mais conceituados centros de ciências exatas do país, e se tornar engenheira aeronáutica.
Quer testar seus conhecimentos em matemática? Clique na imagem e confira alguns dos desafios do Encontro do Hotel de Hilbert:
— Eles não são calculadora, são estudantes de matemática — deixa claro a professora Amanda Colombo Gomes, que trouxe três alunos de Juiz de Fora (MG).
Os catarinenses
Nove catarinenses participam do evento. São eles:
- Elias Eduardo Bort (Chapecó)
- Bruna Fernanda Fistarol (Taió)
- Lorenzo Andreaus (Blumenau)
- Jaqueline Wenk (Massaranduba)
- Katarine Emanuela Klitzke (Timbó)
- Alan Felipe Scheller (Blumenau)
- Daniel Verdi do Amarante (Pouso Redondo)
- Heloisa Gabriela Paterno (Witmarsum)
- Lucas Marcílio Santana (Gravatal)
O evento
Evento do Instituto Nacional de Matemática Pura e Aplicada (IMPA), a OBMEP mobiliza mais de 18 milhões de alunos de escolas públicas de todos os estados do país. Para a segunda fase, são selecionados os 5% melhores de cada escola, restando cerca de 900 mil estudantes — dos quais 6,5 mil são premiados com medalhas conforme resultados nas provas.
Esses últimos recebem o convite para participar do PIC, que consiste em aulas presenciais e pela internet ao longo de um ano, com bolsa-auxílio de R$ 100 por mês, paga pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq). Os 200 melhores alunos do PIC são premiados com um convite para participar do evento final, o Encontro do Hotel de Hilbert, que este ano está na quinta edição e ocorre em Florianópolis.
A programação de atividades segue até quinta-feira, com palestras, jogos, e debates. Para quarta-feira está prevista uma palestra com o Ministro de Ciência, Tecnologia e Inovação, Aldo Rebelo.
Fonte: Diário Catarinense
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